Uso meu blog desta vez para escrever sobre a morte do Chorão. Mas não para noticiar. E sim para me expressar.
A 1ª música que ouvi do CBJR foi "O Coro Vai Come", na Jovem Pan. Não foi quando a banda estourou no país. Naquela época nem me importava em ouvir rádio. Ouvi aquela música por acaso. Santo acaso. Me tornei fã e vi que não estava sozinho. Naquela época curtia mais o som do que o teor das letras, até porque, para um moleque de 10 anos, o barulho era o que importava.
Mas as letras já falavam das dificuldades da vida, de lutar pelos nossos objetivos. De dar valor aos pais e aos amigos. Mas para um moleque de 10 anos a única preocupação da vida eram as provas da escola. E aquelas músicas foram se multiplicando pelas rádios, no walk-man surrado que ganhei da minha mãe. Ali, naquele aparelho, hoje uma relíquia, passei a dar valor as coisas.
Nas excursões da escola boa parte das músicas cantadas no busão eram de autoria do Chorão. Aquele tempo que infelizmente não volta marcou a transição da vida sem compromissos para uma realidade onde o futuro se aproximava e a definição da vida batia à porta da minha casa, como se fosse alguém perguntando: "E aí? Como vai ser daqui pra frente?"
Eis que ouvi Dias de Luta, Dias de Glória, música que soou como um hino para mim. E essa canção foi caminhando minha vida até os dias atuais. Os problemas que o dia-a-dia nos reserva e a busca incessante pela felicidade seguirão conosco. O Lugar ao sol, que Chorão cantou no final dos anos 90, hoje faz todo o sentido. Consegui alguns dos objetivos traçados há alguns anos e sigo na busca por outros. Buscando fazer da minha vida algo melhor do que já vi e ouvi.
Valeu, Chorão.