sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Futebol sem identidade

Um comentário feito pelo colega Wagner Freire serviu de ponto inicial para eu escrever esse novo artigo. Segundo ele o futebol, hoje, é negócio e não paixão. Os jogadores buscam fama e dinheiro e o torcedor, as vezes, fica desolado enquanto o atleta não está nem aí. Concordo com isso que ele fala, afinal, o futebol tornou-se uma indústria: consegue matéria-prima (boleiro), desenvolve esse atleta e o vende no "mercado" da bola.

Atualmente, o jogador está em segundo plano. Só aparce na hora de entrar em campo, ou na hora de ir a um desses programas de futebol. Quem "toma" suas decisões são os empresários. Sim, esses ganham muito dinheiro, até mesmo em cima de jogador que não sabe chutar uma bola. Porém, os jogadores têm culpa no cartório, porque são (mal) orientados e se sujeitam a esse tratamento. O detentor dos "direitos federativos" do atleta é quem toma a decisão final. Por isso, vemos muitos jogadores sumirem (ou aparecerem), no mundo da bola.

Com isso, aparece uma nova situação: o jogador não se identifica com o clube que lhe paga o salário. Em todo o mundo são raríssimos os casos de atletas que podem dizer que a camisa do time que vestem são a sua "segunda pele"; aqui no Brasil só me vem a mente os goleiros Marcos (Palmeiras) e Rogério Ceni (S.Paulo). E no resto do planeta posso citar os casos de Giggs e Neville (Manchester - ING) e de Zanetti (Inter de Milão) que possuem uma relação muito estreita com o clube e com a torcida. Por isso são consideradas "lendas" dos times que defendem há mais de 15 anos.

Só para ilustrar, vamos pegar o caso do André Lima, atacante do Grêmio. Ele apareceu para o futebol defendendo o Botafogo, em 2007. No mesmo ano  foi vendido para o Hertha Berlin, da Alemanha. Em 2008 veio para o S.Paulo. No ano seguinte voltou ao Botafogo e neste ano já jogou no Fluminense e agora defende o tricolor gaúcho. Ou seja, em 3 anos André jogou por cinco clubes.

Claro que cada atleta é um caso especial. Em um clube ele rende bem, em outro nem tanto. Léo Lima, atualmente jogando nos Emirados Árabes, no S.Paulo não repetiu as boas atuações dos tempos de Palmeiras e Goiás. Mas o que quero dizer é que a relação jogador-clube-torcida está cada vez mais enfraquecida. Eles se tornaram nômades e se você perguntar, por exemplo para um torcedor do Flamengo qual a escalação do time que eliminou o Corinthians na Libertadores, ele não vai se lembrar. Só vai lembrar que no gol estava o Bruno.

Por isso que o futebol virou esse "negócio". Perdeu-se, infelizmente, a ligação clube-atleta. E a torcida que sente falta de ídolos em seus clubes, vibra mais com um "bicão" dado pelo zagueiro. Devemos analisar também que hoje os jogadores são vendidos sem sequer chegar ao time profissional. Wellington Silva, do Fluminense, é um exemplo claro de que hoje os clubes europeus querem "formar" nossos jovens talentos. Tenho que ressaltar que a economia é muito mais favorável para que esse "troca-troca" ocorra com mais frequência. Hoje um jogador meia-boca vale no mínimo 20 milhões de euros, como Pepe do Real Madrid-ESP e Felipe Melo, da Juventus-ITA.

A falência dos clubes brasileiros é outro fator que proporciona essa permanência cada vez mais enxuta de craques nos grandes clubes do Brasil. Phillippe Coutinho, chamado em Milão de 'O Pequeno Príncipe', foi vendido à Inter de Milão pelo Vasco em 2008, quando tinha apenas 16 ANOS. Contudo, só começou a atuar no time italiano este ano, visto que o regulamento não permite que menores de 18 anos joguem em times profissionais. Denílson, volante do Arsenal-ING é outro caso. Foi vendido pelo S.Paulo em 2006 quando tinha 18 anos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O jogo do ano

O jogo mais aguardado da temporada 2010/2011 chegou! Hoje, às 16h45 Real Madrid x Milan se enfrentam no Santiago Bernabéu em Madrid e fazem um duelo recheado de craques. Em campo estarão 16 títulos da Liga dos Campeões, e, sem dúvida, será um duelo de arrepiar.

E esse duelo se repetiu na temporada 2009/2010 da Liga dos Campeões. Real e Milan caíram no mesmo grupo e fizeram dois jogos memoráveis. Vamos relembrar como foi:

No dia 21 de outubro de 2009 a bola rolou em Madrid. Era o primeiro jogo de Kaká contra a sua ex-equipe, e foi um jogaço! Aos 19 minutos da etapa inicial Raúl aproveitou um falha bisonha do goleiro brazuca Dida e abriu o placar. E o marcador seguiu assim até os 16 da etapa final, quando Pirlo arriscou de longe, Casillas aceitou e foi decretada a igualdade no placar.

Dez minutos depois, Ambrosini, do Milan, roubou a bola de Lassana Diarra e fez um lançamento preciso para Alexandre Pato. É, o Casillas saiu muito mal, e aí, com o gol aberto, Pato virou o placar: 2x1. Contudo, o Real não desistiu e aos 30 minutos empatou a partida. O lateral Drenthe em um bonito chute, rasteiro, indefensável para Dida.

Porém a noite era do Milan, a noite era de Pato. Aos 42, Seedorf lançou nas costas da defesa e ele, Pato só escorou pro fundo gol. A equipe italiana venceu e deu uma sobrevida ao então ameaçado técnico Leonardo. Uma noite memorável de Alexandre Pato.

Porém, a realidade é diferente. O Real se reforçou e conta com um dos técnicos mais badalados do mundo: o português José Mourinho. Além dele, em campo grandes nomes como Casillas, Dí María, Özil, Alonso e Cristiano Ronaldo. Do lado Rossonero, destacam-se os brasileiros Pato e Ronaldinho. Além é claro do capitão Gattuso, do atacante Ibrahimovic e da experiência de jogadores com Pirlo e Zambrotta. Em suma, esse jogo vai parar o mundo!

Real Madrid x Milan
16h45 - Estádio Santiago Bernabéu - Madri
Provável Real: Casillias; Sérgio Ramos, Ricardo Carvalho, Albiol e Marcelo; Khedira, Xabi Alonso, Dí María e Özil; C. Ronaldo e Higuaín
Provável Milan: Abbiatti; Zambrotta, Nesta, Thiago Silva e Antonini; Gattuso, Pirlo, Ronaldinho e Seedorf; Ibrahimovic e Alexandre Pato.

Grande craque do time, Ronaldo é a esperança da torcida merengue

Do lado italiano, Pato carrega a responsabilidade de fazer os gols

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

90 minutos

Falar que o futebol é 'uma caixinha de surpresas' é tão batido quanto mulher de malandro. Mas, até hoje, ninguém consegue explicar o porquê desse esporte ser tão emocionante e, com isso, mexer com as pessoas de tal maneira, que ficam irreconhecíveis. Por mais que o indivíduo não seja lá muito antenado ao que acontece, não entenda a Lei do Impedimento, durante os 90 minutos ele entra em um universo onde a única coisa que interessa é o JOGO.

Pode ter um time ou torcer apenas para o Brasil. Não importa. Já diziam os filósofos que treino é jogo e, jogo é guerra. Mas não é dessas guerras que vemos todos os dias nos noticiários. Afinal de contas, o futebol serve justamente para isso, para ser a válvula de escape dos problemas, serve como saída de emergência para uma sociedade tão desigual e desumana como a brasileira. Não estou caindo de porrada em nós mesmos, e sim enaltecendo essa arte, que durante décadas está enraizada no brasileiro.

Pode ser rico, pobre, negro, branco, morar numa favela ou em um bairro nobre. Passando a roleta do estádio, todos nós somos iguais. Sofremos de maneira igual, quando nosso time perde e o glorificamos quando ele ganha. É por isso que o futebol, ah o FUTEBOL, é encarado no mundo inteiro como o esporte que move multidões. E não há nada melhor do que ver uma multidão gritando, pulando e vibrando a gol, a cada bola dividida na garra, na raça. É evidente que enquanto uma multidão chora de alegria, outra chora de tristeza.

É. O futebol é o esporte mais prazeroso e mais severo que existe. Pode deixar em cada torcedor um ferimento que é difícil de explicar, mas que rapidamente é curado. Afinal, domingo que vem tem jogo. Para o torcedor não há nenhum time melhor que o seu. O juiz só erra contra e o treinador é burro. Contudo, algumas vezes o Geraldino perde a razão, e o que deveria ser apenas uma saída do cotidiano, torna-se um retrato fiel daquilo que não queremos ver no nosso dia-a-dia. Mas torcedor não tem razão. Tem emoção. Assim como um gol aos 48 minutos do 2º tempo, o lance derradeiro. Assim como uma disputa de penalidades, a injusta fábrica de heróis e vilões do esporte bretão.

E nessa hora todo o santo ajuda. Quantas preces você já não fez dentro do campo? Quantas e quantas vezes não disse "Ohh meu Deus...."

Esporte que nos deixa cego, surdo. Mudo não. Até porque, se nossa garganta seca, nossos corações gritam a mil por hora. Modalidade onde o Imponderável de Almeida, personagem criado pelo mestre Nelson Rodrigues, está presente. Nós nunca o vemos mas ele está ali, mas, possui sua cadeira cativa no estádio. Pode estar ao lado do "Professor" no banco de reservas ou, do nosso lado, ali na arquibancada de concreto. É claro que as condições para nós, TORCEDORES, não são as mais adequadas. As cadeiras são péssimas, mas o que importa? Eu vou ficar de pé vendo o jogo. Ah! Mas o lanche servido não é lá essas coisas...Tudo bem. O que não derruba, fortalece!!

E assim, todos os domingos, com sol ou chuva, estarei lá! Com a minha camisa, a minha bandeira, o meu radinho de pilha. Pois, o futebol, mexe, mexeu e sempre mexerá com o coração e a alma do Brasileiro.

sábado, 16 de outubro de 2010

Kanaan perde patrocínio e tem seu futuro indefinido

O piloto brasileiro Tony Kanaan recebeu uma péssima notícia nos últimos dias. A 7-Eleven, rede de lojas de conveniência dos EUA, anunciou que está deixando a Fórmula Indy e com isso o piloto do carro 11 está sem patrocínio para a próxima temporada.

Kanaan, campeão da categoria em 2004, tinha o patrocínio da 7-Eleven desde 2003. A parceria rendeu ao piloto 10 vitórias e 13 poles. Contudo não foi suficiente para a empresa continuar na Indy. Com isso o dono da equipe Andretti, o ex-piloto Michael Andretti, liberou o brasileiro para negociar com uma outra equipe caso não consiga um novo acordo. O detalhe é que Tony ainda tem mais dois anos de contrato com a Andretti, que vem se esforçando para adquirir um novo parceiro.

“Nossa esperança é ter Tony Kanaan e o carro 11 conosco novamente em 2011 e estamos trabalhando muito duro para encontrar o patrocínio necessário para tornar isso realidade. No entanto, e ainda que ele esteja sob contrato com a Andretti Autosport, nós demos a Tony permissão para conversar com outros donos de equipes para explorar outras opções que podem estar disponíveis no momento”, disse o diretor de marketing da equipe, John Lopes.

E os problemas da equipe Andretti não param por aí. Afinal o piloto americano Ryan Hunter-Reay também perdeu seu patrocinador. O piloto do carro 37 venceu uma corrida na temporada. Marco Andretti e Danica Patrick, que compõem o time Andretti, estão com patrocínios e lugares assegurados na temporada 2011 da Indy.

7-Eleven retira patrocínio e Kanaan tem presença ameaçada na temporada 2011

Hunter-Reay (à esquerda) também está sem patrocinador

Lugar de torcedor é no estádio

Até quando os times brasileiros continuarão com essa postura de não preservar seus atletas perante à torcida? O que aconteceu ontem no CT do Corinthians é a prova cabal de que os dirigentes não estão preocupados com o patrimônio maior de um clube: os jogadores.

Não é possível que um clube como o Corinthians ainda tenha esse tipo de atitude, passiva perante a sua torcida - ou melhor, parte dela. É claro que o torcedor é movido por paixão e emoção e que tem o direito de xingar, vaiar, protestar. Desde que esteja no ESTÁDIO. É nesse local que o torcedor tem que se manifestar, não no local de trabalho do atleta.

Hoje foi o fim da picada. A PM teve que ser acionada e por fim o atacante Souza pediu para ser afastado dos treinamentos até a próxima segunda. Além das faixas, gritos de ordem e rojões, todo esse "show" para mostrar que quer o time lutando em campo. Contudo, são esses mesmos que há alguns anos mandaram o Tevez embora, o Edilson e tantos outros. Hoje o que a torcida está fazendo é muito pior, afinal é um campeonato que está escapando entre os dedos.

Quero deizar claro que não sou contra as Torcidas Organizadas. Pelo contrário, acredito que elas são o diferencial do futebol, desde que se manifestem dentro do campo. E não é só no SCCP que isso acontece: Flamengo, Vasco, São Paulo, Atlético Mineiro entre outros, quando passam por momentos difíceis também são reféns desses grupos de indivíduos desocupados. Afinal eles matam o trabalho para irem tirar satisfação de um jogador de futebol.....Provavelmente esse bando deve ganhar bem, para poder desprezar um dia de trabalho...Vai saber...

E para agravar, a diretoria do Corinthians abrirá os portões do Parque São Jorge para a torcida no treino deste sábado, 16 de outubro. Segundo a diretoria, a ideia é aproximar o elenco da torcida. 


Capitão do time, o zagueiro William (à dir.) conversou com o grupo. (Foto: Leandro Canônico/Globoesprte.com)