Um comentário feito pelo colega Wagner Freire serviu de ponto inicial para eu escrever esse novo artigo. Segundo ele o futebol, hoje, é negócio e não paixão. Os jogadores buscam fama e dinheiro e o torcedor, as vezes, fica desolado enquanto o atleta não está nem aí. Concordo com isso que ele fala, afinal, o futebol tornou-se uma indústria: consegue matéria-prima (boleiro), desenvolve esse atleta e o vende no "mercado" da bola.
Atualmente, o jogador está em segundo plano. Só aparce na hora de entrar em campo, ou na hora de ir a um desses programas de futebol. Quem "toma" suas decisões são os empresários. Sim, esses ganham muito dinheiro, até mesmo em cima de jogador que não sabe chutar uma bola. Porém, os jogadores têm culpa no cartório, porque são (mal) orientados e se sujeitam a esse tratamento. O detentor dos "direitos federativos" do atleta é quem toma a decisão final. Por isso, vemos muitos jogadores sumirem (ou aparecerem), no mundo da bola.
Com isso, aparece uma nova situação: o jogador não se identifica com o clube que lhe paga o salário. Em todo o mundo são raríssimos os casos de atletas que podem dizer que a camisa do time que vestem são a sua "segunda pele"; aqui no Brasil só me vem a mente os goleiros Marcos (Palmeiras) e Rogério Ceni (S.Paulo). E no resto do planeta posso citar os casos de Giggs e Neville (Manchester - ING) e de Zanetti (Inter de Milão) que possuem uma relação muito estreita com o clube e com a torcida. Por isso são consideradas "lendas" dos times que defendem há mais de 15 anos.
Só para ilustrar, vamos pegar o caso do André Lima, atacante do Grêmio. Ele apareceu para o futebol defendendo o Botafogo, em 2007. No mesmo ano foi vendido para o Hertha Berlin, da Alemanha. Em 2008 veio para o S.Paulo. No ano seguinte voltou ao Botafogo e neste ano já jogou no Fluminense e agora defende o tricolor gaúcho. Ou seja, em 3 anos André jogou por cinco clubes.
Claro que cada atleta é um caso especial. Em um clube ele rende bem, em outro nem tanto. Léo Lima, atualmente jogando nos Emirados Árabes, no S.Paulo não repetiu as boas atuações dos tempos de Palmeiras e Goiás. Mas o que quero dizer é que a relação jogador-clube-torcida está cada vez mais enfraquecida. Eles se tornaram nômades e se você perguntar, por exemplo para um torcedor do Flamengo qual a escalação do time que eliminou o Corinthians na Libertadores, ele não vai se lembrar. Só vai lembrar que no gol estava o Bruno.
Por isso que o futebol virou esse "negócio". Perdeu-se, infelizmente, a ligação clube-atleta. E a torcida que sente falta de ídolos em seus clubes, vibra mais com um "bicão" dado pelo zagueiro. Devemos analisar também que hoje os jogadores são vendidos sem sequer chegar ao time profissional. Wellington Silva, do Fluminense, é um exemplo claro de que hoje os clubes europeus querem "formar" nossos jovens talentos. Tenho que ressaltar que a economia é muito mais favorável para que esse "troca-troca" ocorra com mais frequência. Hoje um jogador meia-boca vale no mínimo 20 milhões de euros, como Pepe do Real Madrid-ESP e Felipe Melo, da Juventus-ITA.
A falência dos clubes brasileiros é outro fator que proporciona essa permanência cada vez mais enxuta de craques nos grandes clubes do Brasil. Phillippe Coutinho, chamado em Milão de 'O Pequeno Príncipe', foi vendido à Inter de Milão pelo Vasco em 2008, quando tinha apenas 16 ANOS. Contudo, só começou a atuar no time italiano este ano, visto que o regulamento não permite que menores de 18 anos joguem em times profissionais. Denílson, volante do Arsenal-ING é outro caso. Foi vendido pelo S.Paulo em 2006 quando tinha 18 anos.
Parabéns pelo post. Concordo em tudo e acrescento: além da influência dos empresários ou agentes sobre os direitos federativos dos jogadores. Além disso, há a participação dos fornecedores de material esportivo que patrocinam atletas: vide as chuteiras personalizadas, as que são cor-de-rosa são horríveis, mas os caras ganham "rios de dinheiro" para calçá-las. Daqui a pouco, os jogadores usarão maquiagem.
ResponderExcluirA identificação com o clube é zero. Não que o jogador tenha que ser, obrigatoriamente, torcedor da equipe que defende. Mas respeito e o mínimo de identificação são essenciais. E o que falar da máfia dos empresários... vide o "grande" Wagner Ribeiro, empresário de "craques" como Lulinha, que ganha até hoje mais de 100 mil reais mensais do Coritnhians. Como ele consegue colocar esses jogadores em grandes clubes?
ResponderExcluirFelipe