"Onde o goleiro pisa não nasce grama". Talvez se o autor dessa frase, tão conhecida no mundo do futebol, tivesse visto o jogo entre Atlético-MG x Tijuana, disputado na noite de quinta-feira em BH, certamente iria fazer um pedido de desculpas em cadeia de rádio e TV. O sagrado palmo de chão logo abaixo do travessão é o local onde jogo após jogo se formam vilões e heróis no futebol - no Brasil e no mundo. E o Independência, e os que assistiram ao jogo pela TV, viram surgir mais um caso desses após o arqueiro Victor defender um pênalti aos 46 minutos do segundo tempo.
A defesa realizada com o pé esquerdo garantiu o Galo nas semifinais da Libertadores da América. Um daqueles jogos épicos que ficará na retina de quem é atleticano por muito tempo. E também na memória de quem gosta de futebol. Partidas com a de ontem servem para resumir a importância do futebol no cotidiano das pessoas. Não que elas ficariam mais pobres ou mais ricas dependendo do resultado da peleja, mas em questão de segundos tudo aquilo que elas carregam de ruim (dívidas, falta de dinheiro, problemas pessoais) foi para o espaço, assim como fora a bola rebatida por Victor.
Futebol é diferente de qualquer outro esporte. Gosto de basquete, de vôlei, de handbol (até acho que não se dá o merecido espaço na mídia a eles) mas o que move as pessoas é o futebol. Um lance pode fazer toda a diferença. Uma defesa às vezes é mais comemorada do que o gol. E uma vitória, em certos momentos, pode não ajudar em nada. Confusas as emoções que ele traz: um idivíduo pode ir da máxima alegria ao extremo sofrimento, e em questões de segundos voltar a êxtase.
E os longos segundos que separaram a marcação do pênalti até a defesa do Victor foram prova cabal disso. Vida longa ao futebol. Vida longa aos que gostam de futebol. E meus sentimentos se você não gosta do esporte bretão.
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