À primeira vista parece um mundo novo. Sabe quando você vai para um lugar que já viu anteriormente, mas quando chega no local tudo parece diferente? Pois é, minha primeira experiência cobrindo um grande evento esportivo pode ser comparada a essa viagem. De uma hora para outra uma centena de pessoas corre para todos os lados. Carrinhos elétricos passam entre as garagens da Fórmula Indy e o cheiro de combustível já começa a ser sentido.
Uma embromada no inglês. "Good morning" pra lá, "thanks" pra cá, e consigo acesso para ficar perto de um carro. O carro! Um barulho que impressiona, surpreende, ensurdece e estremece. Não só o do motor. Cada detalhe é visto com o mínimo de cuidado. Da roda ao parafuso que prende uma parte do banco, tudo é vistoriado. Verdadeiro pente-fino.
Enquanto os mecânicos montam as máquinas, pilotos sorriem para as câmeras, assessores negociam entrevistas, patrocinadores pedem favores e os jornalistas se infiltram nesse meio todo. Todo canto tem alguém tirando foto. Do carro, da equipe e, se bobear, até do extintor.
Saco vazio não para em pé. Quando o almoço é liberado na sala de imprensa, muitos parecem que vão pra santa ceia. Só falta alguém tocar o sino e gritar "Tá na mesa!". Revê alguns colegas, conhece outros, pesca informações como quem não quer nada, e guarda as que tem na mão como um pote de ouro.
Um estranho no ninho já visto antes. Mas depois de alguns minutos de "ambientação" e de "filma aqui", "grava essa sonora" e outros jargões, o trabalho rende, a hora passa (voando) e tudo aquilo que no começo do dia era totalmente desconhecido torna-se algo tão natural e normal. Mais normal do que vistoriar o parafuso que prende uma parte do banco.
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